quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

O Arquiteto

Em sua plenitude
Com traços esboçados
Erigiu uma catedral 
E lá incluiu símbolos incríveis
A Rosa, pontos cardeais
E os ventos, para levar os sedentos
Emaranhados com teias de aranha
À senda do perdido conhecimento


O Incriado
Elevou sua criação
Para os que não tem compreensão
E aliviados ficaram ao observar
Que para a sua não compreensão
Há uma proporção, Universal...


Embora não compreendessem as equações em 
sua plenitude
Sentiam em seus corações
O sagrado, manifestado
Emergindo através dos cálculos

Que é assim tão somente só
o pelo afresco que é belo
Que revela as virtudes
Contendo também seus defeitos
Mas sim pela força motriz
Impressão de toda a matriz
Que tem uma espécie de chave
Que revela uma espécie de código
Que sussurra uma espécie de segredo
Que é sentido à flor da pele
Que é a manifestação do todo
Esboçado em toda a criatura


O Arquiteto continua desenhando 
Da maneira que só ele sabe
O reflexo do espelho que se prostra à sua frente
Respeitando as medidas da sua face
E as leis do compasso e da quadratura
A catedral e a sagrada criatura.

Tempestade

Por quê a calmaria não te leva 
Onde o vento leva quando venta treva?
Vento que não espera
Te leva para o outro lado esse ventar
 Que não se sabe ao certo
O espaço onde vai dar

Vida nova, trova louca
Tempestade boa pra se molhar
Brisa que deixa torpe o corpo
Deseja se molhar mais um pouco
E sempre é tão pouco que
Parece nunca se ensopar
Falta água, falta vento, falta trovão
Falta tempestade e um raio pra eletrocutar!

Por quê a calmaria não te leva
Onde você deve chegar?
Quando tudo é tão calmo demais
E se engana a visão
Quando nada acontece 
E ao cair da noite fica a impressão
de dia sonhado e não vivido?